terça-feira, abril 20, 2010

A nightmare come true

Desde que era pequenina que via em filmes na televisão, quer fossem 'reais', quer fossem para crianças ou desenhos animados, as pessoas cheias de medo de irem ao dentista. Era um drama. Punham o belo do saco de gelo atado ao maxilar com uma faixa de pano, lá iam eles a queixar-se para o dentista, pareciam que iam morrer. Depois, quando mostrava cenas no dentista mesmo, era ver pessoas a gritar e o barulho das máquinas sempre muito assustador. Dava a ideia que era mesmo assim algo terrível.

Depois comecei a ter problemas nos dentes. Ai meu Deus, ir ao dentista. Mas fui, e não era assim tão mau. Não me doía, porque levava anestesia; a doutora era muito simpática e a assistente também, tinham conversas interessantes; o consultório era agradável. Se calhar tive sorte. Mas não, porque entretanto, devido a motivos monetários tive de ir a outra dentista...e depois ainda experimentei outra, e de facto não era mau, com nenhuma delas. Que exagero, isso dos filmes, pensei eu.

Mas agora eu sei que aquilo é tudo verdade. Hoje fui ao dentista aqui nos States. Não tive hipótese, um tratamento inacabado, uma infecção nova, dores insuperáveis...lá fui eu arrancar o dente. Nem é assim tão mau, o pior é mesmo o preço (que aqui no que toca a saúde é tudo preços exorbitantes).

I was wrong. Foi a pior experiência da minha vida. Gritei, chorei, agarrei-me à cadeira...o barulho das máquinas já me assustava e também o facto de ter três cabeças e seis mãos à volta da minha boca. Anestesia? Vamos dar só um bocadinho, quando começar a doer lá damos mais um bocadinho. Puxaram, martelaram, fizeram alavanca, cortaram, partiram. A doutora suava por todos os lados, só faltava apoiar os pés na cadeira para puxar melhor. Ou ir buscar o martelo. O assistente parecia uma barata tonta à nossa volta, ora a abrir-me melhor a boca, ora a limpar, ora a fazer sucção, ora a auxiliar a coitadinha da doutora. Depois havia a enfermeira assistente, que estava lá para me segurar no maxilar, ou nos braços, ou pôr-me uma toalhinha húmida na testa, ou um paninho com álcool à frente do nariz, ou dizer-me para relax. Relax?? E mais anestesia, não??

"Just relax. It's hurting? We'll give you more anesthetic. In the meanwhile, drink more juice." Hello! Estou cheia de dores, o que eu quero é anestesia mais forte e que se despachem, não é que façam uma pausa de 10 minutos para preparar 'umas coisas' e beber um Capri Sonne.

Nunca mais. Nunca mais. Nunca. Mais.

Ao menos tenho uns frasquinhos de medicamentos à americana, personalizados e tudo. Recordação da experiência. (Espero que a única do género)


1 comentário:

  1. Bem... Mas olha, se por acaso tiveres de repetir a exeriência (cruzes credo, vá de retro, e tal...) já sabes: emborcas uma (ou 3) garrafitas de whisky que isso passa...

    Beijos

    P.S.: Love you. Miss you.

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